Entrevista com os Mestres Ivan e Gaiola

Tivemos a sorte de poder fazer uma entrevista dupla com o Mestre Ivan e o Mestre Gaiola. É muito interessante ver as diferentes opiniões que eles tem sobre algumos temas mesmo se eles começaram na Capoeira juntos.

Como sempre, muito obrigados pelo bate papo!

Quando e como vocês chegaram na capoeira?

IVAN: A gente já começa dividindo aqui. Nós começamos na capoeira em 96 segundo as mias contas, segundo nas contas dele…

GAIOLA: 97

IVAN: A certeza é que nos pegamos o primeiro cordão em 97, começamos capoeira na academia do Mestre Suassuna, que estava no centro de São Paulo, em Santa Cecília. Na época dava aula lá o professor Tourinho, que foi com quem a gente começou os primeiros passos e já na academia do mestre Suassuna levado pelo meu pai, porque o meu pai era capoeirista de jovem, aluno dum dos primeiros alunos do Mestre Suassuna.

GAIOLA: A nossa primeira aula foi com o Mestre Sarará, o Sarará dava aula de manha e o Tourinho dava aula de tarde e noite. O nosso primeiro da de capoeira em verdade foi com Mestre Sarara

IVAN: Meu pae tinha sido capoeirista e por alguns problemas familiares que a gente tinha ele tinha que nós colocar em algum lugar porque não tinha tempo de cuidar a gente. Ele trabalhava o dia inteiro, aí ele colocou a gente na capoeira, muito a nosso contragosto, ao menos eu falo por mim, mais eu não gostava muito da capoeira.

E logo dizer que ser aluno do Mestre Suassuna naquela época não era muito fácil, nem muito agradável. Quanto mais quando você era criança, já era ruim quando você era adulto, quando você era criança era um pouco pior.

GAIOLA: A gente chegou na academia e a gente não conhecia o Mestre. O Mestre foi tal na Bahia, não sei a onde, a gente sempre imaginava como é o mestre, como será, um cara grande, forte, chegou o Mestre Suassuna… Baixinho, engraçado (as vezes)

Quando vocês começaram a gostar da capoeira?

IVAN: Para mim foi muito tempo depois, sem brincadeira, foi uns quatro anos depois.

Na verdade os primeiros dos anos de capoeira eu queria parar todo o dia.

GAIOLA: Vai falar que a gente faz a capoeira porque a gente gosta, eu gosto da capoeira, eu gosto de muitos esportes, mais a gente faz capoeira porque…

IVAN: Eu acho que o mais importante foram as pessoas que estavam na capoeira mais que a capoeira em si

GAIOLA: Faz a capoeira pelas pessoas que acreditaram, tem muita gente que ajudou muito a gente, então seria muito falta de consideração também, essa pessoa deu tudo para você, apostou em você, tempo, dinheiro um monte de coisas e você vai para outro esporte. O você para

IVAN: E quando a gente fala assim do começo, a gente fala menos do Mestre Suassuna, o quem mais acreditou foi o Tourinho, o Boca, a gente que era mais antiga e que a gente dava um apoio muito forte, gente que nem chegaram a se profissionalizar na capoeira mais que foram muito importante para a gente conseguir se manter e na verdade durante o começo, a gente ficou na capoeira por essas pessoas e não pela capoeira. Capoeira forma parte do que veio com o tempo. 

Os seus nomes, porquê nomes e apelidos?

IVAN: Bom eu me chamo Ivan e ele se chama Igor. Essa é uma historia interessante porque no Brasil a gente sempre fala que quando você tem uma situação da vida muito difícil você diz que a situação está russa, porque russo é muito difícil. (Manteiga: estava predestinado a ir para a Rússia viu?)

Meu pai falava que os nossos nomes são russos porque quando nascemos a situação estava russa. 

E porquê Gaiola?

GAIOLA: Então tem várias versões, eu conto a mais bonita, ta? que é porque quando comecei na capoeira e era bem gordinho e antes era bolacha preta, almôndega cheestudo, vários apelidos na capoeira. Aí eu depois de adolescente fiquei mais magro e aí os caras também deram apelidos de calaveira, de chassis de carro… e aí tinha as costelas que parecia uma gaiola e aí começou essa brincadeira de gaiola. Aí ficou, aí ficou os gaiolas, sabe? e essa é a historia bonita.

O Mestre de vocês é Mestre Suassuna, né?

Sim

Sempre foi?

IVAN: Sim, porque nós começamos capoeira na academia dele. Na verdade todo o mundo que treinava lá era aluno dele, mais a gente tem que deixar bem claro que quando a gente começou capoeira, o Mestre Suassuna não dava aula para iniciantes, então os nossos primeiros, 5, 6 anos de capoeira não foram com o Mestre Suassuna. Ele não dava aula para nós, mais era na academia dele com alunos dele e tudo, podemos dizer que o Mestre Suassuna sempre foi o nosso mestre, não diretamente no começo.

GAIOLA: Eu considero Mestre Tourinho o meu Mestre, e o Mestre Suassuna o mestre de todos. 

Quais seriam as referencias que mais marcaram esses primeiros anos?

IVAN: Cara, para mim eu acho que o primeiro assim mais forte foi o Mestre Durinho que era parceiro do Mestre Tourinho. Então a gente tinha muito contacto e era um cara que eu achava fantástico, eu peguei dele a ideia da minha capoeira porque ele tinha uma capoeira muito suave, extremamente suave, eu nem sei definir. Mas era uma coisa que até quando você joga rápido parece lento, não sei si é a definição (Manteiga: é um pouco o seu jeito de jogar), eu não sei se consegui chegar nesse ponto, mais ele tinha muito essa coisa que ele parecia muito calmo até quando estava muito rápido. Era uma coisa que eu admirava muito.

Mestre Iraní foi uma referencia muito grande para a minha montagem de capoeira, ele tinha uma capoeira que eu gostava muito. Tourinho foi uma ideia, uma influencia muito grande, não tanto no jeito de jogar mais eu acho que muito no jeito de ensinar capoeira, ele era muito duro com o ensinamento, eu sou muito duro com meus alunos e ele era muito duro mais ao mesmo tempo ele era muito protectivo. Ele tinha aquela coisa que eu posso xingar todo o mundo mais só eu, e nenhum mais.

Mestre Sarará também, ele foi o meu padrinho de cordão verde, toda aquela geração dessa época influenciou a gente de uma forma o de outra, alguns mais diretamente, outros menos mais eu acho que si a gente foi falar assim, da base, do começo acho que foram o Durinho e o Tourinho, definitivamente seriam os dois. 

Na sua aula, eu gostei da parte da visualização dos movimentos, que você gosta de explicar o que a gente tem que fazer mais do que mostrar. Como é que você chegou nesse ponto aí?

IVAN: Cara, para mim foi um ponto muito interessante quando eu abri a academia, porque a gente teve essa época de treinar muito com Tourinho e depois a gente passou a treinar muito com o Mestre Suassuna. Quando a gente foi treinar com Mestre Suassuna muitas coisas foram muito interessantes para mim, que o Mestre falava por exemplo que qualquer um pode ensinar a um cara a jogar capoeira mas ele fazia um cara ser especial jogando capoeira.

E isso eu demorei muito tempo para entender e até hoje eu não sei se entendi muito bem. Mais ele falava muito de que você tem que ter um estilo próprio, você não é parte de uma produção em massa, você é uma coisa que você visualiza a capoeira como um artista, Picasso existe um, o Van Gogh existe um, capoeirista tem que ser só aquele. Eu sempre, quando foi ter os meus primeiros alunos eu achei muito interessante que eu não conseguia ensinar do mesmo jeito que o meu mestre me ensinava porque eu não nunca vi ele fazer nada. Ele não jogava mais capoeira quando começou ensinar então, eu cheguei a conclusão de que muito do meu estilo eu criei sozinho com o incentivo dele, porque ele me falava o que fazer e eu entendia o que eu entendia.

Ele falava para outra pessoa e a outra pessoa entendia o que entendia, e assim você tinha diferentes jeitos de fazer a mesma coisa. Eu cheguei na conclusão que isso era muito porque ele não fazia e a gente não tinha um parâmetro. A gente não tinha de donde copiar e cada um tinha a sua ideia.

E hoje eu intento colocar isso muito nos meus alunos, aquela coisa de você, principalmente nos mais velhos, quando você faz um movimento você tem que chegar no movimento, visualizar na sua cabeça, como é que o seu corpo fará aquilo, como é que seria você fazendo aquilo… entendeu? eu acho que quando você mostra o movimento, você da, em português a gente chama “cola”, na escola, quando você vai fazer uma prova e você faz igual que outra pessoa, sabe? então a pessoa te da cola, você faz isso assim e você vê po, o cara faz com a perna esticada, ele faz com o calcanhar assim, ele faz com as duas mãos no chão, ele faz não sei que.

Quando você só fala, a pessoa entende qualquer coisa, e dalí pode sair qualquer coisa, até uma coisa muito interessante. Assim eu acho que a criação de estilos diferenciados fica muito mais fácil e muito mais interessante de se ver.

No seu caso, no começo chegando em San Petersburgo acho que não dava para falar muitos movimentos né? Você que tipo de aula gosta fazer?

GAIOLA: Eu gosto mais da parte que estou aprendendo, eu ainda não fiz capoeiristas, a minha historia como professor é muito nova, eu sigo o exemplo sabe, eu sou muito aquela coisa de fazer juntos para você dar uma inspiração com o cara mas eu também concordo com isso aí que cada capoeirista tem que ter a sua personalidade.

O que está matando hoje a capoeira é a copia, porque o cara vai copiando, copiando, copiando e cada vez que vai copiando fica pior.

O primeiro é o que é legal, o segundo já é mais o menos, o terceiro já e…

IVAN: Para complementar o que ele está falando, como eu falei na aula que eu dei aqui, quando a gente começou você sentia uma diferencia gritante entre os capoeiristas da época, o próprio Durinho, Tourinho que eles andavam juntos para todos os cantos, eles pegaram o cordão juntos e tudo, e tudo… eram capoeiristas completamente diferentes.

Nas ideias, no jogo, o Boca, Habibis, Mentirinha não tem nada ver, nada, e foram criados juntos desde o primeiro dia de capoeira. Você vê nos dois e a Janaina que não é tão mais nova , que é dois anos menos que a gente na capoeira, três anos menos no máximo, e já tem outra ideia completamente diferente de capoeira. Eu acho que era isso que deixava a cordão de ouro interessante. porque não importa qual é a capoeira que você gosta, na Cordão de Ouro você tem.

Essa é uma ideia que caiu por terra hoje, hoje existe um modelo de Cordão de Ouro de se jogar capoeira, eu não sei até que ponto, eu acho que quantos mais artistas diferentes você tem dentro de um grupo, mais interessante fica aos olhos de qualquer pessoa.

GAIOLA: Pessoal confunde muito essa definição de capoeira Cordão de Ouro. A capoeira Cordão de Ouro é miudinho… não é o miudinho, capoeira Cordão de Ouro e você tentar fazer uma coisa boa alí, bem feita, e fazer uma identidade sua.

IVAN: A capoeira Cordão de Ouro se define muito mais pelos princípios que pela movimentação. Todos os princípios e as ideias dos mestres da Cordão de Ouro, são exatamente iguais, os jeitos de fazer são diferentes.

Mas todos tem a mesma ideia, todos praticamente repetiram a ideia da hierarquia que para a gente é muito forte, para você ter uma ideia, nós dois somos da mesma graduação mais eu sou mais velho e eu falo primeiro. Mais é porquê a gente foi criada com essa ideia, você pega a ideia do respeito jogando capoeira, se você eu aprendesse a vida inteira, ele também e o Boca também, vocês com certeza também por causa do Boca.

Que se você tem que usar de um movimento sujo para ganhar o seu adversário você não é bom suficiente. é Verdade? Se você não tem qualidade, se você tem que ter um movimento de baixo nível significa que você não está treinando quando você precisa. 

Eu acho que a Cordão de Ouro se define muito mais pela filosofia do que pela movimentação e acho que isso está se perdendo como cada vez você fala menos sobre a filosofia, cada vez mais as pessoas intentam se organizar pela movimentação, e aí que você tenta coisa chata. Parar mim é chato, porque sinceramente, eu gosto muito de ver capoeira Se você gosta de ver futebol você pode ver o Barcelona.

Agora para coisa boa você tem que ter alguma coisa interessante para mostrar, não é só o corpo, novas ideias, jeitos…

Como vocês acham o equilíbrio entre manter movimentos e desenvolupar novos movimentos? Como manter o equilíbrio entre treinar coisas novas e manter o que você já tem

IVAN: Isso também, novamente, nos somos muito diferentes. Eu tenho a ideia que o capoeirista que chega num ponto que o jogo dele já está formado. A partir daí você tem que colocar coisas novas mais na minha conceção coisas novas tem que ser coisas que eu crio. Algumas coisas novas não são tão, não aacontecem sempre porque é um processo muito grande até você chegar numa movimentação que é sua.

Eu não me interesso por um movimento que já existe no momento da capoeira no que eu estou. Aquilo não foi criado para mim nem foi criado por mim, então pelo meu jogo de capoeira não me interessa.

GAIOLA: Na minha opinião, a opinião mais básica para você, eu quero criar muita coisa para a capoeira mais para criar eu tenho que fazer o que eu tenho bem. Não tenho que fazer todos os movimentos ,todas as acrobacias, todos os golpes, tudo, então quando ter uma boa variedade de conhecimento e de tudo o que tem na capoeira então eu posso desenvolver mais.

Eu acho que muita gente quer ajudar a capoeira colocando muitas outras coisas novas ideias, legal, mais primeiro você tem que fazer o que já tem bem, a gente ficasse muito tempo colocando muitas coisas, a capoeira já é boa mais é mal feita na minha opinião, eu quero fazer a capoeira bem feita de tudo e depois ela vai evoluir.

IVAN: Isso que ele falou é muito importante, a criatividade ela te, não pode ser uma necessidade, não pode sentir necessidade de cada dia inventar uma coisa nova. Você tem que estar apto e atento a tentar criar novas coisas conforme a necessidade.

O meu jogo ele esta, eu queria fazer um movimento onde eu colocasse esse tipo de referencia, eu me interesso muito pelas posições de assim, de fazer um movimento muito aberto e de repente você faz outro que fecha muito e você da uma impressão para quem olha que você no mesmo tempo é muito grande e depois fica muito pequeno. Então eu não me interesso muito se for um macaco, uma au, não me interesso muito, a visão geral é do que eu me interesso.

Eu concordo com ele no ponto que hoje as pessoas tem uma necessidade de criar coisas novas, como si você, como se a capoeira não fosse já capoeira rica suficiente. Você pega um cara você tem que criar uma coisa nova e se não criasse não fiz nada. Se você tem essa visão e porque você não fiz nada, você precisa correr atrais do que já tem para você ter uma base para poder criar coisas novas.

Vocês tem referencias fora da capoeira? de movimento o de vida?

IVAN: Eu tenho muitos interesses mais não sei si já seria referencia, por exemplo, hoje eu por algumas lesioes serias eu tenho muito interesse por Yoga, muito interesse pela calistenia, muito interesse por coisas que eu não tinha mais num ponto de vista de preparo físico.

Porque hoje eu já estou com um físico que aquele treinamento diário que a gente fiz a vida inteira é mais prejudicial do que me ajuda. estou tentando achar alternativas para conseguir manter a forma física, mais assim de trazer coisas para o meu jogo de capoeira eu acho que ainda não. não encontrei ainda nada que me interessasse.

Eu vejo muito hoje a ideia do movement, mais eu acho que a ideia do movement esta mais pegando coisas da capoeira do que realmente trazendo para nós.

Mais que de movimentos de metodologia

IVAN: Aí eu acho muito interessante por exemplo as artes marciais chinesas, acho muito interessantes as ideias de que você pega hoje as vezes eu pesquiso mestres de taekwondo que tem ideias muito interessantes no treinamento de chutes, no treinamento de golpes e tudo.

Eu tenho um aluno em argentina que ele é faixa preta de taekwondo e ele estava me explicando como é o treinamento de golpes básicos, é muito interessante a ideia de você, tem vezes que os caras faz por exemplo um martelo o cara faz na ponta do pé e na hora que bate traz o calcanhar não assim tem um equilíbrio maior no movimento, mais no taekwondo não existe a rasteira.

Mais é legal você ter uma visão do ensinamento de outras artes para você trazer uma eu acho que a capoeira nasceu de uma forma tão desorganizada que ela precisa de um pouco de metodologia.

GAIOLA: Ela esta tendo muito mais agora, quando a gente começou capoeira era muito físico. Como eu falei na minha aula hoje a gente toma a gente traz de uma forma muito mastigada o movimento e a gente não tem noção si isso é bom, a gente passa a vida inteira aprendendo de formas como ele falou, repetição repetição… até que o corpo se acostuma e vai.

IVAN: Uma ideia e que tudo isso tem que ser entendido, nós somos formados como atletas e um dia chegamos à professores só que ninguém ensinou a gente ser professores. Nós tivemos que aprender, não é porque a o meu mestre… porque não existia siquiera essa ideia de que a capoeira ia chegar a um estatus, como que eu já fui para os outros países do mundo a ensinar capoeira onde nunca me ensinaram a ensinar. Imagine quantos erros já eu fui fazer!  Para hoje ter uma ideia de chegar com uma segurança e passar uma informação que eu sei que vai ser correta e ao mesmo tempo segura, passar uma aula que tenho certeza que ninguém vai se machucar, é muito difícil.

Porque a gente não foi criado com nenhuma ideia de anatomia, por exemplo, a gente não foi criado com nenhuma ideia de noções físicas o de musculatura o de outras coisas acima, entende?

GAIOLA: A minha referencia em outras coisas é igual no ponto das artes marciais tradicionais. Não pela violência, eu acho que mais o menos capoeira tem que olhar para essas artes marciais que tem mais tempo, tem mil anos, e é um esporte muito novo e você vê que eles tem uma boa organização uma boa ideia, isso e aquilo e uniformização, todo uniforme.

E tipo, essa cosa tem muitas artes marciais que tem poucos movimentos, você vai fazer um golpe, tem cinco o seis movimentos mais outros dez de perna e você vive ali vinte o trinta anos fazendo aquele negocio, treinando físico e sequencia, aprimorando sempre a mesma coisa. E é meio limitado, a capoeira é mais ampla, tem como você fazer variações, criar umas coisas como o jiu-jitsu ou, tem outros que não, e o cara com pouca coisa fica bom. 

É mais o menos isso, a referencia que eu tenho assim

Qual é o conselho que daria a um capoeirista que está começando?

IVAN: Cara, no começo eu acho que o mais importante é confiar no que o seu Mestre lhe diz, confiar no mestre que você escolheu, confiar no trabalho que ele está fazendo porque hoje eu vejo muita frustração muitas vezes nos alunos, eles não tem confiança na capoeira dele.

O cara fica triste com a capoeira, o cara fica não sei que, porque ele se cobra. E eu falo para os meus alunos: você quer aproveitar, faz o que você aluno porque você pode errar, é a única fase da capoeira que é legal, como tudo na vida na hora que vira profissional fica difícil.

Hoje eu não sou responsável só pela minha capoeira sino também pela capoeira de muita gente, pela filosofia de muita gente, pelo profissionalismo de muita gente, e aí o cara já quer ficar nervoso quando é aluno, e eu falo, cara, aproveita, confia no seu mestre, deixa que ele sabe o caminho que você tem que seguir. se você está lá todo o dia e você vai treinar você está fazendo a sua parte.  O resto o profissional vai falar. Confiança, a onde você se colocou e aquele que você escolheu para ser o seu mestre. O único conselho que eu daria.

GAIOLA: O conselho é o cara jogar, aproveitar bastante capoeira, ser ignorante, ignorância é uma benção quando um cara começa saber muito da capoeira, ele começa também a perder vontade. porque é difícil explicar isso.

IVAN: Política existe em todo lugar, a partir do momento que é só lazer tudo é divertido, 

GAIOLA: Então tem que olhar a capoeira assim como coisas simples. para colocar no tempo para lá, o pé para cá e você fazer um au, fazendo coisas sem aquela coisa da tradição, sem aquela coisa da rasteira, sem aquela coisa do ataque… um lado bem como se fosse uma criança, você tem que ser uma criança que cresce muito devagar.

Muito devagar, quando você tiver 20 anos de capoeira você tem que ser bom nisso. Coisa muito difícil manter a vontade.

IVAN: Na verdade não é é tão difícil, acho que a ideia que tem que ter na cabeça de que você pode ter um cordão de mestre, você pode ter o que você quiser, mas o seu castelo não dura para sempre. Você vai ter que ser um atleta durante muito tempo só que a única diferencia é que no começo o seu mestre fala para você o que tem que fazer.

GAIOLA: As lesões, e essas coisas, você tem que se desafiar sempre vai se desafiar, na hora que você gingar da uma armada meia lua, jogo uma vez numa roda po, que legal, não, você quer entrar na roda e fazer um monte de coisas, fazer um jogo bom, treinar, e um acaba se cobrando muito.

Brincar, e aproveitar. Sarobar 🙂

IVAN: Capoeira ela é muito divertida, quando mais você manter essa ideia de diversão mais tempo você vai manter o carinho por ela.

Eu acho que tudo o que vira profissional chega um certo ponto que fica meio… hoje você vai nos eventos, por exemplo, e você tem cinco rodas e você tem dez rodas de discussão sobre política de capoeira. É a nossa rutina. Canso mais de ficar discutindo fulano do outro ano que foi lá fazer o deixou de fazer do que tocar berimbau. 

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